Sou apaixonada por pessoas

Por muito que o mundo pareça estar louco continuo a acreditar nas pessoas. Escolho focar-me naqueles que fazem parte da solução em vez de focar-me nos que insistem em fazer parte dos problemas.

Já cresci muito com as minhas quedas

Todos os percursos de vida são feitos de altos e baixos e o meu não é exceção. Já existiram momentos em que estive muito bem, e outros em que estive muito mal. Momentos em que acertei, e momentos em que errei por completo. Não apagaria nenhum deles porque me trouxeram ao momento onde estou hoje. 

 

Aprendi que sorrir é um óptimo remédio

Nasci numa família bem-humorada. Uma das minhas referências de vida é o meu avô materno que se caracterizava pelo bom humor, e por rir dos próprios disparates. Relembro as histórias de vida onde os imprevistos se tornaram risadas. Foi um dos legados que me deixou. Com ele aprendi que os sorrisos apagam as lágrimas, aquecem corações, e nos unem num reconhecimento único.

Estou aqui para acompanhar o teu caminho

Talvez penses que vou fazer tudo por ti, que te vou dar todas as soluções, que vais beber uma fórmula mágica e tudo vai ficar bem. Lamento desiludir-te, mas não é esse o meu papel. O meu papel é ficar ao teu lado em forma de apoio, de desafio e de algum ensinamento. O teu papel é descobrires-te, refletires, escolheres, e trabalhares para te tornares naquilo que queres ser.

Vou estar ao teu lado, mas não vou caminhar por ti.

Sempre com muita empatia e boa disposição

Se esperas que te vou dar na cabeça este não é o sítio certo. Não sou de puxões de orelhas ou muito menos de críticas. Para além disso tenho apenas um metro e meio e ar franzino!

Gostaria que soubesses que até à data fizeste o melhor que sabes com o conhecimento que tens. Que o caminho percorrido foi aquele que tiveste de fazer para adquirires as experiências que precisavas de adquirir.

Precisamos de mais apoio, de mais compreensão e de mais aceitação. Porque é na aceitação que a mudança se faz. 

Pelo caminho vamos dar algumas gargalhadas porque rir, por vezes, é o melhor remédio!

Na escrita me encontro

Podes não saber mas a escrita é uma das minhas paixões. Deixo-te aqui um excerto do meu primeiro livro, Organiza-te no Amor. Para além deste livro escrevo contos, artigos para o meu blog e tenho muitas outras parcerias de escrita com pessoas que me são queridas.

Excerto do Livro: Organiza-te no Amor

“Percebi que por aqui se fala de se organizar o amor e resolvi entrar. Permitam-me que entre livro dentro pois também eu tenho algo para vos contar.

Sou, essencialmente, uma mulher romântica que se escondeu por detrás de uma carreira de sucesso. Vivi grandes paixões que se transformaram em grandes desilusões. Desisti. Sei que desisti de amar. Nos últimos anos dediquei-me a defender uma sociedade mais justa e uma educação para todos e por aqui tenho andado.

O meu nome é Teresa. Faço cinquenta anos no próximo mês e nunca me senti tão bem com a vida. Os filhos cresceram e seguem a ordem natural das coisas. Eu mantenho-me sozinha há cerca de 5 anos. Li algures que um dos maiores problemas da mulher é a existência de um homem na sua vida. Tenho-me questionado se quem escreveu isto não terá razão. Vá. Não comecem já a julgar-me que não me considero mal-amada…  Fiz uma escolha e tenho vivido bem com ela. Não quero com isto dizer que não sinta a falta de alguém especial na minha vida. Digamos que me habituei a viver assim. Vivo uma vida sem grandes percalços onde a rotina se instalou e a serenidade também. Perdão, mal entrei, comecei a mentir. Vivo, não! Vivia! A verdade é que as coisas mudaram nos últimos tempos. Nem acreditam no que me aconteceu. Quase que nem eu própria acredito.

Seguia, disparada para uma reunião, enquanto subia a rua do Carmo, quando me cruzei com ele. Reconheci-o logo. O meu grande amigo Paulo, aquele com quem vivi o melhor e o pior de toda a minha vida. 

Tenham calma, vamos ter algum tempo juntos, vou ter tempo de vos contar tudo…

Lá estava ele, com o mesmo sorriso, os mesmos gestos e muito mais giro do há anos. O que é que querem que vos diga? Fica-lhe bem o grisalho e a barba por fazer. Fiquei tão feliz que não me contive. Abracei-o num abraço que valeu por todos os anos que estivemos separados.

Calculo que tivesse ficado surpreso. Eu nunca fui dada a grandes manifestações de carinho, pelo menos com toda a gente. Valeram-me os retiros e um grande trabalho de autoconhecimento. Percebem agora porque resolvi entrar? Adoro estas coisas!

Mas dizia eu… 

Cruzei-me com o meu grande amigo que não via há cerca de vinte anos. Nunca consegui perceber porque nos afastámos, nem tão pouco o que aconteceu. Há quem diga que só acontece o que tem de acontecer. Talvez. Mas neste caso acredito que aconteceu o que nós permitimos que acontecesse.”

“Gostaria de te desejar tantas coisas. Mas nada seria suficiente. Então, desejo apenas que você tenha muitos desejos. Desejos grandes. E que eles possam te mover a cada minuto, ao rumo da sua felicidade”

Carlos Drummond de Andrade
Conto: Encontros e desencontros

“Perdoem-me os menos românticos e até aqueles que defendem que o amor não existe, mas sou uma lamechas de corpo e alma. Já repararam como o amor nos faz brilhar de forma diferente?  Caminhamos como se flutuássemos, sorrimos sem esforço enquanto minimizamos os desafios e exacerbamos os pequenos momentos. Sinto-me feliz de uma forma leve. Tão feliz que me apetece beijar e abraçar tudo e todos. Nada fazia prever este desfecho quando acordei hoje de manhã. Vagueei pela casa sem qualquer tipo de planos. Decidi-me por um pequeno-almoço no meu jardim preferido. Saí e fiz o caminho que sempre faço. Saí apenas porque me obriguei a fazê-lo.

Distraio-me a olhar para o lado, e quando dou por isso bato no carro da frente. Saio do carro, cheia de culpas e envolvo-me em desculpas. Ele sai também com um ar calmíssimo.  Sorri-me, diz que não tem problema. Pergunta-me se me recordo dele. Faço um esforço e não me recordo.  Acredito que se baralha e insisto que deve estar a fazer confusão com outra pessoa qualquer. Diz-me que não. Recorda-me o último dia de mãe, uma loja, uma criança e a necessidade de comprar um presente. Recordo-me. Recordo-me, mas não dele. Recordo-me da situação, mas não da cara. Os carros apitam atrás de nós fazendo-nos voltar à realidade. Propõe-me estacionarmos onde não incomodamos, e convence-me a tomar um café para tratarmos de tudo.

Ainda estou impressionada com o facto de se recordar de tantos pormenores do dia em que nos cruzámos. Sou sincera, continuo a afirmar que me lembro da cara do filho, mas não da dele. Fixo-me no seu sorriso e nas suas palavras. Diz que me vai levar a mal que já não bastava estragar-lhe o carro, e agora afirmo que não me recordo da sua cara.  A conversa corre sem parar. Perdemo-nos no tempo e no espaço. Despedimo-nos sem perceber o tempo que passou. Um tempo que nem um nem outro queriam que terminasse. Liga-me mal entro no carro. Faço o caminho para casa sempre a conversar com ele e aqui estou eu a sonhar com alguém que um dia se cruzou comigo e que não me esqueceu. Aqui estou eu a sorrir por aquele rosto que vi, mas não retive da primeira vez que encontrei.  Acredito que só reparamos naquilo que estamos preparados para reparar. acredito que só vemos aquilo que estamos preparadas para ver.

Acabou de me enviar uma mensagem que diz “como se faz para não sentir saudades?”. Eu derreto-me. derreto-me de uma forma que me agrada. Derreto-me de uma forma como há muito não me derretia.

Não posso acreditar no que aconteceu. Saio de casa para comprar o jornal. Ando uns 100 metros e eis que me batem por trás. Mal a vi sair do carro reconheci-a logo. Nunca a esqueci. Nunca a esqueci pela disponibilidade, a paciência e o carinho com que tratou o Afonso. Ele desesperava comigo porque queria comprar um presente especial à mãe. Eu já lhe tinha proposto mil e umas ideias. Ela estava perto de nós quando eu o tentava convencer a comprar uma planta. Passou a mão pela cabeça do Afonso e perguntou se podia ajudar. Ele deu-lhe a mão e arrastou-a por várias lojas do Centro Comercial.

No final agradeci-lhe. Respondeu-me que não tinha importância. Que o que interessava era o Afonso ter saído dali com o presente ideal. Pareceu-me triste, mas amável.  O Afonso adorou-a. Lembro-me de me ter dito qualquer coisa como “uma namorada destas é que tu precisas”. Ri-me, mas o que é certo é que nunca mais a esqueci. Hoje conversámos durante horas. De início tive medo que voltasse a desaparecer, mas depois percebi que estava tão confortável como eu. Enquanto os meus pensamentos correm a minha vontade de estar com ela aumenta. Não resisti a mandar-lhe uma mensagem correndo o risco de me tornar demasiado persistente.

Temo que não responda. Esperem, o telefone apitou, é ela!  A resposta chegou: “O melhor modo de não sentir saudades é nunca nos separarmos daqueles de quem gostamos!”